segunda-feira, 3 de maio de 2010

um conto

recentemente um amigo me mandou um conto, o qual gostei muito, como ele autorizou sua publicação neste espaço ai vai ele:


Oh! Pedaço de mim... autor: Franklin Vieira

É ela, com seus olhos azuis ou verdes, a indefinição causa ainda mais beleza advinda de esferas tão singelas. Como escultura grega se lapidará às mãos de um ser estranho e arrancará de si aquilo que torna seu ser terno e expressamente inexplicável. O momento é inevitável e ela se deixará às mãos do estranho se modificar, rompendo assim a clássica figura e se tornando um ser diferente do que é. Sem palavras permaneço e só minha mente faz seu monólogo único e flagelado. O momento – minha mente imagina – chegou, agora ela está de frente a seu próprio reflexo e seus olhos indefinidos se olham e percebem o momento do flagelo. O estranho começa, arranca-lhe parte dela, os pedaços caem no chão numa harmonia de acorde em mi menor, ela não sabe se sorri ou se engole o arrependimento, mas pensa ela: - é o mal necessário – enquanto isso sua mente tenta adivinhar o que sua outra carne pensa. Então, em um momento, ela abaixa os olhos para não ver o restante de si própria cair no chão e ignora os pensamentos de seu outro eu. Termina. O ser estranho lhe pergunta: - gostou? Ela pensa em mil coisas ao mesmo tempo em um milésimo de segundo e sabe que “a água que atiraste ao vinho, não poderia ser mais retirada”, e então ela dá um sorriso ao estranho e lhe agradece com amuo na voz. Ela caminha para casa e pensa como será vista naquele momento por quem mais a idolatra, pensa em pegar o telefone, mas tem receio de fazê-lo, simplesmente, ela continua a caminhar como se tivesse perdida, ébria e vazia por dentro...